AM-207 - O ENCONTRO DE DOIS IRMÃOS INDIANOS
Em 1981 prestei concurso para escriturário do BANDERN (Banco do Estado do Rio Grande do Norte). Passei, fui designado para trabalhar na cidade onde nasci, Pedro Avelino, mas me criei em Natal.
Já tinha muita experiência do curso de Escrita e Fazenda, logo me adaptei a burocracia do Banco galguei promoções dentro da Empresa, exerci as atividades de caixa, chefe seção de cobrança e descontos e empréstimos de pessoas físicas e empresas rurais e, finalmente, sub-gerente. Isto era o ano de 1985.
Em cidades pequenas do interior as novidades correm rápidas, e logo soube que tinha chegado um médico novo na cidade, mandado pelo governo estadual. Na época todos os funcionários do estado do RN recebiam seus salários no BANDERN. Passava do meio dia quando entrou aquele senhor quase da minha idade vestido de branco, apresentou-se dizendo:
- Sou o novo médico da cidade e quero abrir uma conta corrente.
O levei até a recepcionista da agência para atender no que o médico precisava. Voltei e sentei na minha mesa, dizendo comigo mesmo: "Eu conheço esse cara não sei de onde". Eu olhava para ele e ele olhava para mim, era um namoro meio esquisito, nós não parávamos de olhar um para o outro.
O dito medico alugou uma casa vizinha à agência do Banco para morar com sua família. Todos os dias pela manhã quando eu chegava à agência para trabalhar ele também estava saindo para o hospital e havia um cumprimento entre nós. Mas a Cara daquele médico não saía da minha mente. Já fazia dias que eu vinha com aquilo martelando minha cabeça.
Sempre dormi tarde, as vezes lendo as vezes assistindo televisão. Numa dessas noites eu lembrei quem era o médico era AM-098 Aldeci Andrade da Silva. Rapidamente fui acordar minha esposa para dizer que tinha lembrado que o médico tinha sido Aprendiz-Marinheiro comigo em Recife. Isso era uma sexta-feira, e no outro dia era sábado, eu tinha sido convidado para ir um aniversário num sítio perto da cidade.
Quando cheguei ao aniversário ele já estava, quando me viu, levantou-se de onde estava sentado e veio me encontrar na porta do carro, dizendo: eu me lembrei de você, e eu lhe disse a mesma coisa. Nossos olhos dançavam de felicidade, éramos como duas crianças que tinha ganhado o seu brinquedo preferido. Apresentamos nossas esposas e ficamos a recordar a nossa adolescência na Querida Escola de Aprendizes-Marinheiros de Pernambuco.
Naquele sábado não nos largamos. Lembrei-lhe que no dia que chegamos à Escola, que depois do burrifamento de defon, fomos tomar banho no banheiro do pátio n°1, roubaram o relógio dele, e ele não lembrava.
Ele me falou que tinha cursado aviação em São Pedro da Aldeia, que tinha feito concurso para a Vale do Rio Doce, mas quem passou foi duas loiras bonitas. Pediu licenciamento e veio embora para sua terra Areia Branca/RN. Passou no vestibular para agronomia, abandonou no meio do curso, não gostou.
Formou uma banda onde tocava guitarra e cantava. Enamorou-se de uma fã, e ela ficou grávida, e ele abandonou a vida de artista, rodou quase todas as cidades do RN e CE, chegou a cantar até nas televisões do Fortaleza.
Ficou sem rumo, tinha que fazer alguma coisa para dar uma vida melhor a sua família, meteu a cara nos livros (queimar) até altas horas da noite, passou no vestibular de medicina, e com ajuda da família dele e da esposa, consegui se formar, e era clínico geral.
Nossas famílias se deram muito bem, conheci os pais e o irmão dele. Ele também conheceu os meus. Fizemos muitas brincadeiras juntos, como os irmãos Indianos devem ser.
Passou pouco tempo em Pedro Avelino, acho que um ano e meio. Ofereceram-lhe mais vantagens na cidade de Mossoró e ele foi embora. Pelas ultimas noticias que soube dele ainda estava em Mossoró trabalhando no Hospital Tarcisio Maia e tinha consultório montado, e que sua situação era muito boa, o que me deixa muito satisfeito pelo bem estar de um amigo Indiano.
Já tinha muita experiência do curso de Escrita e Fazenda, logo me adaptei a burocracia do Banco galguei promoções dentro da Empresa, exerci as atividades de caixa, chefe seção de cobrança e descontos e empréstimos de pessoas físicas e empresas rurais e, finalmente, sub-gerente. Isto era o ano de 1985.
Em cidades pequenas do interior as novidades correm rápidas, e logo soube que tinha chegado um médico novo na cidade, mandado pelo governo estadual. Na época todos os funcionários do estado do RN recebiam seus salários no BANDERN. Passava do meio dia quando entrou aquele senhor quase da minha idade vestido de branco, apresentou-se dizendo:
- Sou o novo médico da cidade e quero abrir uma conta corrente.
O levei até a recepcionista da agência para atender no que o médico precisava. Voltei e sentei na minha mesa, dizendo comigo mesmo: "Eu conheço esse cara não sei de onde". Eu olhava para ele e ele olhava para mim, era um namoro meio esquisito, nós não parávamos de olhar um para o outro.
O dito medico alugou uma casa vizinha à agência do Banco para morar com sua família. Todos os dias pela manhã quando eu chegava à agência para trabalhar ele também estava saindo para o hospital e havia um cumprimento entre nós. Mas a Cara daquele médico não saía da minha mente. Já fazia dias que eu vinha com aquilo martelando minha cabeça.
Sempre dormi tarde, as vezes lendo as vezes assistindo televisão. Numa dessas noites eu lembrei quem era o médico era AM-098 Aldeci Andrade da Silva. Rapidamente fui acordar minha esposa para dizer que tinha lembrado que o médico tinha sido Aprendiz-Marinheiro comigo em Recife. Isso era uma sexta-feira, e no outro dia era sábado, eu tinha sido convidado para ir um aniversário num sítio perto da cidade.
Quando cheguei ao aniversário ele já estava, quando me viu, levantou-se de onde estava sentado e veio me encontrar na porta do carro, dizendo: eu me lembrei de você, e eu lhe disse a mesma coisa. Nossos olhos dançavam de felicidade, éramos como duas crianças que tinha ganhado o seu brinquedo preferido. Apresentamos nossas esposas e ficamos a recordar a nossa adolescência na Querida Escola de Aprendizes-Marinheiros de Pernambuco.
Naquele sábado não nos largamos. Lembrei-lhe que no dia que chegamos à Escola, que depois do burrifamento de defon, fomos tomar banho no banheiro do pátio n°1, roubaram o relógio dele, e ele não lembrava.
Ele me falou que tinha cursado aviação em São Pedro da Aldeia, que tinha feito concurso para a Vale do Rio Doce, mas quem passou foi duas loiras bonitas. Pediu licenciamento e veio embora para sua terra Areia Branca/RN. Passou no vestibular para agronomia, abandonou no meio do curso, não gostou.
Formou uma banda onde tocava guitarra e cantava. Enamorou-se de uma fã, e ela ficou grávida, e ele abandonou a vida de artista, rodou quase todas as cidades do RN e CE, chegou a cantar até nas televisões do Fortaleza.
Ficou sem rumo, tinha que fazer alguma coisa para dar uma vida melhor a sua família, meteu a cara nos livros (queimar) até altas horas da noite, passou no vestibular de medicina, e com ajuda da família dele e da esposa, consegui se formar, e era clínico geral.
Nossas famílias se deram muito bem, conheci os pais e o irmão dele. Ele também conheceu os meus. Fizemos muitas brincadeiras juntos, como os irmãos Indianos devem ser.
Passou pouco tempo em Pedro Avelino, acho que um ano e meio. Ofereceram-lhe mais vantagens na cidade de Mossoró e ele foi embora. Pelas ultimas noticias que soube dele ainda estava em Mossoró trabalhando no Hospital Tarcisio Maia e tinha consultório montado, e que sua situação era muito boa, o que me deixa muito satisfeito pelo bem estar de um amigo Indiano.
AM-207 – Manoel Julião Neto